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Livroweb

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Capítulo 5 - Mudanças

    Acordei, sem muito interesse em seguir em frente. vai Liz começar sua vida.

  Apenas me levantei e desci as escadas, peguei meu cereal, o leite e comecei a encher um tigela com aquilo tudo. Peguei uma colher, me sentei e comecei a comer e a analisar quem estava lá e como eles estavam.

  Meu irmão. Estava me observando. E minha avó não estava presente.

  - Caramba Liz! Você ta igualzinha a um zumbi. – disse com sarcasmo.

  - Valeu. Onde esta a vovó?

  - Saiu para arrumar tudo novo na casa. – disse ele sem interesse.

  - Ah bom...

  - Já sabe que colégio vamos estudar? – disse ele animado. É mesmo eu teria que voltar a estudar daqui a sete dias.

  - Não – respondi sem interesse.

  - Colégio Kiloty.

  E continuei a chata tarefa de engolir meu cereal. O que eu iria fazer hoje? Estava precisando de roupas... As do acidente não sobraram nada e minha avó só tinha algumas roupas minhas.

  Fui para sala e liguei a TV, e coloquei em qualquer canal que parecesse interessante.

  Algo rastejante me seguiu alguns minutos depois e já estava do lado de minha cadeira quando percebi.

  -Liz? Podemos ver Bob Esponja? – pediu ele. Me esqueci como era chato ter que dividir tudo.

  - Ta bom. – disse mudando de canal.

  Acabei ficando lá, assistindo aos desenhos idiotas que meu irmão pediu pra assistir, mas não foi tão ruim, ele pelo menos gostou, riu e eu o vi sorrir o que me fez melhorar minha auto-estima de vida nova.

  Alguns minutos depois, minha avó chegou em casa, e disse que voltaria logo para a casa nova. Mas me deixou ir, para comprar roupas novas, e claro, sem usar meus poderes hora nenhuma.

  Fui a uma loja comum, já existia em Kilops há um tempo pelo que me lembro. Comprei muitas roupas, claro, eu precisava.

  Voltei para casa onze horas, e como sempre fui almoçar, minha vida estava ficando muito parada e desmovimentada.

  Minha vida estava se passando rápido demais, dias para mim pareciam horas! Eram rápidas horas de puro tédio! Juro que um minuto atrás eu estava me deitando, e outro depois já era outro dia e agente já tinha colocado todos os móveis dentro das caixas e o caminhão já estava chegando!

   Minha avó nos levou no seu Uno Mille até a casa nova. Percebi que a casa não ficava no meio do nada, diferente da antiga. E quando chegamos, paramos na frente de uma casa alaranjada com janelas brancas, parecia antiga por fora, não de um jeito feio, velho, mas de uma maneira conservadora e linda. As janelas eram divididas em quatro e eram quadradas, tinha cortinas brancas com babados e arrumadas em todas elas. A porta de entrada tinha um vidro decorado com detalhes brancos fazendo flores. O telhado da casa eram telhas novas e avermelhadas que combinavam perfeitamente com o tom da casa. Ela era antiga por fora e moderna por dentro, não tinha escadas, só rampas, corrimãos e coisas especiais para cadeirantes estavam instalados em todos os cantos.

  - Legal. – disse entrando na casa e olhando em volta.

  - Maneiro. – afirmou Rafa.

  - Que bom que gostaram. – disse vovó sorrindo.

  Meu quarto ficava a direita num corredor, com um banheiro ao lado. Vovó tinha um quarto mais longe do meu, ao lado do quarto do Rafa. Meu quarto tinha uma parede turquesa com acabamento, prateleiras tinham em duas paredes do quarto, uma delas tinha uma grande estante que ocupava metade da parede, na outra tinha minha cama, branca, igual a tudo, o piso de madeira clara meio amarelada. Resumindo era um bom lugar, confortável e aconchegante.

  Tudo se passou rápido demais quando fui para sala me assustei, já haviam colocado toda a mobília nela, quer dizer quase toda.

  - Nossa.

  Vovó olhou meus olhos que vagavam pela grande sala para ver o que já tinha lá.

  Assim que a sala foi arrumada me deitei no sofá e comecei a ler meu livro antigo de sempre. Quando vi já eram quatro da tarde, pulei de susto. Andei até o corredor, que por sinal já mobiliado.

  Meu quarto estava em perfeitas condições, todo montado, acho que não notei os caras montando tudo isso aqui, não pensei, entrei em meu quarto e liguei meu novo laptop, entrei em meu e-mail que dizia 34 mensagens não lidas, suspirei, Larissa, é lógico.

   As primeiras diziam coisas como:

Liz,

Já chegou aí? Estou curiosa você disse que me ligaria assim que chegasse, mas seu celular está sem bateria, me ligue. Eu estou em meu sítio, você não acreditaria no peixe que eu peguei outro dia no laguinho aqui perto!

Beijo me liga, Larissa

  As mensagens 20 a 19 diziam:

Liz,

Lembra de mim? Lembra por acaso que você tem uma melhor amiga que se importa com você? Acho que não. Se você puder me ligue Liz, sério, estou começando a ficar preocupada.

Beijos Larissa

  As mais recentes eram desesperadoras:

Liz,

Sério. Não estou brincando, vou chamar a polícia de Kilops para te procurar. Se você estiver viva, ótimo me responda. Sério Liz. ME RESPONDA!!! Estou seriamente preocupada.

Beijos Larissa

  Ela não sabia de nada, teria que começar a escrever, Larissa estava surtando.

Larissa,

Oi, e sim, eu me lembro e me importo com você. Eu estive muito ocupada nos últimos dias. Muitas coisas aconteceram. Eu sofri um acidente sabia? E sim, infelizmente todos não sobreviveram, Miguel e minha mãe. Dá pra acreditar? Eu ainda me pergunto por que eles. Eles não mereciam Larissa. Não se preocupe eu não sofri quase nada. Estou bem, Rafael nem tanto, ele bom, está de cadeira de rodas nesse momento, sim, ele ficou paraplégico. Nenhuma novidade além de ter me mudado por causa do Rafa mesmo.

Beijos Liz

  Pobre Larissa, iria surtar ao ler minha mensagem. Suspirei e desliguei meu laptop.

  Fui procurar minha avó pela casa.

  -Vovó? – perguntei ao me aproximar da cozinha.

  - Sim querida? – disse ela com seu avental e cheia de massa de bolo.

  - Já acabaram com a mudança? – perguntei procurando um relógio pela enorme cozinha.

  - Lógico, meu bem. – disse ela sorrindo enquanto apontava o relógio que indicava seis horas da tarde, nossa o tempo realmente voa. – Já são seis horas. Aleluia já acabamos essa mudança! E estou fazendo bolo para comemorar.

  - Que bom. – disse saindo da cozinha.

  A mudança começará às oito horas da manhã e acabará a algum tempo, eu não percebi nada neste meio tempo, eu estava vivendo em outro planeta.

  Eu já estava ficando cansada daquela vida parada, faltava mais alguns dias para eu voltar para a escola.

  O pior é que na escola eu seria “a novata”, a estranha, a Zimou, esse era o pior, um deslize e minha avó já reclamava.

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