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Livroweb

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Capítulo II

  Ela me olhou nos olhos, eu me levantei na ponta dos pés para ver quem estava atrás dela, Mathias que me olhava.

  - Pauline já lhe disse para não procurar seu pai, e ainda mais sem me avisar sai por aí sozinha. – ela agarrou meu pulso e me puxou. – Venha, você ficará de castigo.

  - O que? Você contou a ela? – eu me virei para Mathias. – Seu traidor! Imbecil! – eu praticamente rosnei para meu irmão.

  - Eu não tive culpa! Ela me pressionou e me propôs muitas coisas em troca! – ele tentou justificar.

  - Não interessa! Você prometeu! Nunca mais vou confiar em você Mathias! NUNCA! – eu gritei enquanto mamãe me arrastava.

  Ela me puxou até meu quarto onde ela me jogou em minha cama e avisou: - Não faça mais isso Pauline.

  - Por quê? Eu só queria saber quem é meu pai! Eu tenho direito! E você disse que se engravidou numa festa! Eu fiz a conta! Breve eu saberei quem é ele! – eu gritei.

  Ela começou a chorar o que me fez revirar meus olhos. Ah de novo não... : - Vai ficar de castigo, não poderá sair, acessar a internet ou falar ao telefone. - ela disse entre soluços. Ela fechou a porta com força.

  - MAS QUE MERDA! – eu gritei contra o travesseiro. E fiquei ali parada olhando para meu travesseiro.

  - Poxa, já teve piores com seu irmão, mas acho que nunca vi sua mãe chorar tanto. – disse Luís no telhado de sua casa, que ficava bem perto de minha janela.

  - Eu sei. – eu afirmei pegando uma grande tábua para ele poder entrar no meu quarto.

  Ele se equilibrou e passou com facilidade.

  - Bem-vindo a minha casa, meu inferno pessoal. –eu anunciei enquanto ele entrava.

  - Tem certeza que você esta bem? – ele me perguntou se sentando em minha cama.

  - Tenho, quero dizer mais ou menos, essa história me deixou para baixo... – eu disse com olhinhos de cachorrinho pidão, ele reconheceu o que eu queria.

  - Ah. Então vai ser o de sempre? – ele me perguntou.

  - Só você sabe me fazer feliz. – eu disse sorrindo e desarrumando seu cabelo enquanto eu seguia para a janela.

  - Vamos? – eu perguntei.

  - Como você quiser.

  Eu passei pela tábua me equilibrando e cheguei ao outro lado, andei pelas telhas até o terraço e abri a porta que descia uma escada até o quarto de Luís. Ele me acompanhou e me levou até a cozinha.

  A mãe de Luís normalmente ficava fora trabalhando, ela lecionava em uma escola pública, então ele ficava a maioria das vezes em casa com sua irmã mais nova.

  Como sempre fazíamos quando eu ficava para baixo entramos na cozinha e pegamos um grande pote de sorvete que a mãe de Luís sempre comprava e nós sempre comíamos vendo um filme e conversando normalmente, só para o assunto sumir (mesmo eu estando ou não de castigo).

  Fomos assistir um filme qualquer, e acabei dormindo no sofá, e, infelizmente meu sono é de pedra, mas Luís sempre dá um jeito de me acorda antes de minha mãe chegar, ela sempre trabalhava até tarde.

  Mas, o estranho foi que pareceu que eu dormi demais, ou eu estava imaginando coisas, ou Luís ainda não tinha me acordado, optei pela primeira opção.

  - Pauline. – uma voz suave chegou aos meus ouvidos.

  - Pauline?! – agora já não estava mais tão calma, minha audição foi voltando.

  - PAULINE! MERDA ACORDA! – um grito de Luís seguido de um banho me atingiu.

  Eu abri os olhos desorientada. Ele estava segurando um copo vazia de vidro com um pouco de água, o resto, estava no meu rosto.

  - Pauline são seis horas! – ele gritou.

  - MERDA! Minha mãe já chegou em casa?!

  - Eu não sei! Mas é melhor você correr porque minha mãe já esta aqui e...

  Ding Dong. A campainha soou dentro da pequena casa.

  - Já vou! – gritou Iara.

  Ela foi até a porta e eu e Luís ouvimos em silêncio a conversa.

  - Ah! Olá Fernanda! – Iara anunciou. – Eu acabei de chegar e... – minha mãe disse alguma coisa que não consegui compreender os sussurros. – Ah! Pauline? Não sei se ela veio aqui hoje! Entre!

  - O que eu faço? – eu sussurrei.