Capítulo III

    - Hmm... Fuja! – ele propôs.

  Eu o encarei com o olhar de ’’Sério?‘‘.

  - É sério, corra! – ele disse.

  - O.K. Se eu não morrer te vejo amanhã?

  - Sim. Agora vá! – ele me empurrou escada acima.

  Eu corri apressadamente sabendo que meu plano não daria certo. Passei pelo telhado e corri pela tábua cheguei rapidamente ao meu quarto, onde arrumei tudo de uma maneira bagunçada, fechei a cortina apaguei a luz e me deitei com o edredom todo bagunçado em minha cama.

  Passaram-se poucos minutos e Fernanda já estava em casa, ela subiu as escadas e bateu na minha porta, eu tentei parecer sonolenta ao responder: - Entre.

  - Pauline! – ela olhou para o quarto todo enquanto acendia a luz. – Você fugiu? – ela me fuzilou com os olhos puros de raiva.

  - O que? Fugir? Eu não fugi, não mesmo! – eu menti na maior cara-de-pau.

  - Então a senhorita pode me explicar isso? – ela andou até a janela e abriu as cortinas mal fechadas e agarrou o grande pedaço de madeira. – O que isso fazia aqui em sua janela? – ela me olhou melhor pegando uma mecha de meu cabelo. – E, porque você esta molhada? – tinha esquecido completamente do detalhe de eu ter ’’tomado um banho‘‘ na casa de Luís.

  - Err... – eu comecei a contrariá-la.

  - Nada de mas nem menos Pauline, assim você vai ficar mais uma semana de castigo.

  - Que merda mãe! Fala sério! Eu fui ali tomar sorvete, mas já voltei!

  - Já disse nada de mas nem menos ou mais uma semana de castigo!

  - Já sei por que você não quer que eu conheça meu pai. – ela arregalou os olhos.

  - Ele não deve ter agüentado você! Isso sim! Você é uma chata mãe! Ele te abandonou enquanto estava grávida! – eu gritei.

  Aí sim, ela desmonorou, saiu chorando no maior drama, argh, eu só falei a verdade.

  Puff... Eu me deitei e encarei o teto, sabe? Luís tem razão preciso de uma amiga, vou tentar entrar despercebidamente no computador, eu me levantei e andei passo a passo em silêncio até o outro lado do meu quarto e baixei o volume do meu velho computador (sério ele é velho MESMO) e o liguei, esperei uns 10 minutinhos e acessei o Messenger.

  Lorena estava on-line.

  Lorena diz: Oiii!

  Eu: Oi Lorena?

  Lorena: Td bm??

  Eu: + ou – e vc?

  Lorena: Td bm. Pq + ou -?
  Eu: Minha mãe me colokou de castigo...

  Lorena: De nv?

  Eu: Aham...

  Lorena: Pq?

  Eu: Pq ela ñ quer q eu saiba quem eh o meu pai.

  Lorena: E vc o q?

  Eu: Bom, eu vou receber uma lista de tds os convidados daki há alguns dias, ai eu descubro.

  Lorena: Nakela festa q sua mãe fkou grávida?

  Eu: Essa msma.

  Lorena: Ah q bom, mas, vc ñ vai nos abandonar neh?

  Eu: Luís perguntou o msm, ñ, eu ñ vou abondonar vcs. E cmo ta aí?

  Lorena: Ta lgl, gosto bastante da casa da minha tia, eu vou voltar dps do domingo.

  Eu: Lgl Lorena, eu tenho q ir.

  Lorena: Pq?

  Eu: Castigo...

  Lorena: Eh msm! Corre e desliga o PC logo!

  Eu: Ok bjs.

  Lorena: Bjs.

  Eu sai do Messenger e desliguei apressadamente meu computador, ao me virar Mathias me encarava de perto, eu soltei um arfar baixinho.