Acordei naquela manhã de domingo, na próxima semana eu teria de ir à escola e depois seriam férias, ou seja, eu passaria algum tempo a mais procurando meu pai.
O computador estava desligado e tudo estava O.K. nenhuma prova para me acusar de nada, para eu não ter meu castigo duplo.
Eu andei até o quarto de Mathias que estava vazio, ele provavelmente já tinha saído.
Mamãe chegou atrás de mim.
- Procurando Mathias querida? – ela perguntou.
Eu pulei de susto me virei e disse: - Você sabe a onde ele foi?
- Numa igreja filha! Não é lindo que seu irmão acorde com essa disposição de manhã para ir numa igreja? – ela perguntou quase sorrindo.
- É sim mãe, é maravilhoso. – eu disse, ha, muito maravilhoso ele ir ao encontro de papai eu pensei enquanto saia para trocar meu pijama por uma roupa qualquer.
Luís estava no telhado assim que eu me troquei.
- Então, como foi ontem? Deu certo? – ele perguntou.
- Não, ela me encontrou quando eu estava quase caindo no ’’sono‘‘ e quase me pos de castigo duplo. – eu disse tristemente. – Aí tivemos aquelas discussões de sempre e depois eu falei com Lorena.
- Falou com Lorena é? – ele perguntou. – Ela não era aquela sua amiga ’’egoísta‘‘? – ele me encarou com um sorriso malicioso.
- AH! Eu precisava de alguém para conversar ok?! Era um momento difícil! – eu arfei.
- Todo mundo precisa de amigos às vezes não é mesmo Pauline? – ele me perguntou.
- Sim, todos. – eu disse.
- E... O que ela disse?
- Disse que seria bom encontrar meu pai. – eu afirmei.
- Ah. E... Porque seu irmão saiu cedo de casa hoje? – ele perguntou. – Eu vi ele indo de táxi. Onde ele foi?
- Numa igreja descobrir quem era papai. – eu disse serena.
- QUE? – ele quase gritou. – Igreja? Descobrir papai? Que história e essa que eu não sei?
- Ah sim, ontem eu e ele conversamos, e, bom, ele está de castigo também por ter tentado saber quem era papai. – eu parei um momento. – Aí ele foi nessa igreja pegar os documentos que está escrito que eles quase se casaram.
- Peraaii! Casar? Quem falou que eles quase se casaram? – ele perguntou confuso.
- Mathias leu no diário de mamãe.
- Hm. Estranho... Ela se engravidou numa festa de você e agora vem essa história de casamento... Ele vai descobrir quem é o cara afinal? E vai te falar?
- Ele prometeu me dizer, mesmo que seja um cara como, o seu pai. – eu disse isso e vi que o rosto de Luís se contorceu de dor, o que acontecia quando eu cutucava aquela ferida.
- Não vai ficar mal se souber que seu pai é um canalha? – ele perguntou.
- Não fale assim de seu pai! – eu disse.
- Porque não devia falar assim dele? Ele me deixa tão angustiado que quando me falaram que ele era meu pai que pensei em realizar meu sonho.
O sonho de Luís era comprar um barco e sair por aí navegando sem rumo ao longo dos mares, pra falar a verdade era algo bem legal, eu queria até ir junto com ele se um dia esse sonho se realizasse.
- Talvez até aproveitasse e me suicidasse assim que estivesse no meio do mar. – ele afirmou com frieza.
- NUNCA FAÇA ISSO LUÍS! – eu gritei em resposta. – NUNCA MAIS DIGA ISSO! – eu gritei furiosa. – PROMETA! Prometa que nunca, NUNCA irá fazer algo assim!
- Ok eu prometo que nunca vou me suicidar assim, ou de qualquer outra forma por causa de meu pai. – ele prometeu.
- Jura?
- Juro Pauline juro.
- Nunca mais diga algo assim, isso acaba com as pessoas que te amam Luís, isso acaba com elas. – eu disse mandando um olhar severo.
- Já disse que nunca faria isso Pauline! Agora é melhor você correr lá pra rua logo. – ele disse.
- Por quê? – eu disse tentando ver a rua de minha janela, que não era um local tão bom para observar.
- Porque seu irmão parece que vai desmaiar. – ele disse apontando para um táxi, que, agora eu conseguia ver meu irmão debruçado sobre o carro parecendo mesmo que ia desmaiar.