Livroweb
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- Luís... - eu sussurrei.
Luís estava a poucos centímetros de mim e me olhava com os olhos de pura tristeza.
- Desculpa, eu queria ver se você estava bem. – ele admitiu.
- Tome. – ele me ofereceu um lenço. – Enxugue suas lágrimas.
Eu me sentei e enxuguei minhas lágrimas devagar, Luís se sentou ao meu lado me observando.
- Que é? Nunca me viu chorar?
- Não é que... Não sei bem explicar... – ele disse se encolhendo.
Passaram-se alguns minutos de silêncio e ele sussurrou: - Acho que agora você me entende.
- Como assim?
- Seu pai também não devia ser um bom homem, já que Paulo recusou se casar com a sua mãe.
- É ele devia ser um cara do mal.
- Agora eu nem quero mais saber quem ele é. – comentei.
- Luís me diz, como é ter um pai que nem vê você, nem fala com você ou nada disso?
- É bem triste, mas mamãe a maioria das vezes ocupa esse lugar e quando ela não ocupa...
Eu olhei para ele. – Quem ocupa o lugar do amor do seu pai quando sua mãe não basta?
- Os meus amigos. – ele sorriu para mim. – Eles ocupam o vazio.
Eu segurei a mão dele e deitei minha cabeça em seu ombro e ficamos observando os últimos pingos da chuva que passara.
O silêncio estava bem gostoso, uma pena, porque foi rapidamente rompido por outro pedalar de bicicleta que se aproximava cada vez mais.
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