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Livroweb

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Capítulo VIII

   - Luís... - eu sussurrei.

  Luís estava a poucos centímetros de mim e me olhava com os olhos de pura tristeza.

  - Desculpa, eu queria ver se você estava bem. – ele admitiu.

  - Tome. – ele me ofereceu um lenço. – Enxugue suas lágrimas.

  Eu me sentei e enxuguei minhas lágrimas devagar, Luís se sentou ao meu lado me observando.

  - Que é? Nunca me viu chorar?

  - Não é que... Não sei bem explicar... – ele disse se encolhendo.

  Passaram-se alguns minutos de silêncio e ele sussurrou: - Acho que agora você me entende.

  - Como assim?

  - Seu pai também não devia ser um bom homem, já que Paulo recusou se casar com a sua mãe.

  - É ele devia ser um cara do mal.

  - Agora eu nem quero mais saber quem ele é. – comentei.

  - Luís me diz, como é ter um pai que nem vê você, nem fala com você ou nada disso?

  - É bem triste, mas mamãe a maioria das vezes ocupa esse lugar e quando ela não ocupa...

  Eu olhei para ele. – Quem ocupa o lugar do amor do seu pai quando sua mãe não basta?

  - Os meus amigos. – ele sorriu para mim. – Eles ocupam o vazio.

  Eu segurei a mão dele e deitei minha cabeça em seu ombro e ficamos observando os últimos pingos da chuva que passara.

  O silêncio estava bem gostoso, uma pena, porque foi rapidamente rompido por outro pedalar de bicicleta que se aproximava cada vez mais.