Eu corri até o meio da rua. E peguei meu irmão pelos ombros.
- O que aconteceu Mathias?! – eu gritei.
- Papai ele é... Ele é... – ele estava com os olhos arregalados e não conseguia falar direito.
- Ele é o que Mathias?! Fale! – eu gritei, e senti uma mão em meu ombro.
- Acho que, é melhor ele tomar um pouco de água e se sentar. – Luís disse pegando minha mão e me levando junto a Mathias para dentro de sua casa.
Eu realmente gostava quando Luís pegava na minha mão, me deixava em... Segurança...
Nos sentamos e ele pegou copos de água, bebemos devagar. E Mathias finalmente parou de tremer.
- Será que agora você já consegue falar? – eu perguntei lentamente.
- E-eu acho que sim. – ele gaguejou.
- Você foi a Igreja e descobriu que... – eu comecei.
- Bom, sabe aquele político famoso de Minas Gerais, lá de Belo Horizonte? – eu assenti devagar, sim, eu realmente me lembrava, eu morava numa cidadezinha do interior, mas eu era informada de quase tudo que acontecia. – Então, o nome de dele é Paulo Joaquim Silveira.
Eu pensei por um minuto. – Como você sabe o nome completo dele? – eu perguntei curiosa. – Porque você não decoraria o nome de um político sem razão nenhuma e... – aí eu me toquei.
A boca dele se formou em uma linha reta.
- Quer dizer que... – eu comecei a dizer.
- Sim, ele é o meu pai. – ele afirmou devagar.
Eu sorri devagar e ele me olhou confuso, e corrigi. – Não ele é o nosso pai, você quis dizer.
- Não, eu falei corretamente Paulo não é o seu pai Pauline.
Senti o sorriso se desfazer em meu rosto e a confusão vir à tona em minha mente.